TOM JOBIM

Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, o Tom Jobim, é o mais famoso compositor, músico e arranjador brasileiro de todos os tempos.
Ele também é conhecido internacionalmente como um dos pais da bossa nova.
Juntamente com Heito Villa-Lobos, Tom é o músico compositor arranjador brasileiro dos séculos 20 e 21 mais conceituado internacionalmente . (continua com videos)

Embora fosse um tijucano do Rio de Janeiro, foi no bairro de Ipanema, até então sem ligação direta com a zona norte, que Tom passou toda sua vida desde 1928, quando fez 1 ano de idade. Ele nasceu em 1927.

Tom Jobim largou a faculdade de arquitetura para ser pianista.
Passou então a tocar como pianista nas noites de Copacabana no início dos anos 50.
Como por exemplo no famoso bar Bottles Bar, no afamado Beco das Garrafas, o "point" dos músicos de jazz carioca.

Ali no Beco surgiram os grandes nomes da música brasileira como Elis Regina, Sergio Mendes, Wilson Simonal, Tom Jobim, Johnny Alf, Leny Andrade, e muitos outros.

A partir de 1952, quando foi contratado como escritor de partituras e arranjador iniciante pela gravadora Continental, uma das mais fortes do Brasil até então, foi que Tom começou a se dedicar à composição.

"Incerteza", em parceria com Newton Mendonça, foi sua primeira música gravada. Quem cantou foi Mauricy Moura, em 1953.
Já era visivel a influência dos musicais americanos nas ricas harmonias e melodias de Tom Jobim.

Em 1953, quando se transferiu para a gravadora Odeon, Tom teve várias músicas importantes da chamada pré bossa-nova gravadas.

Uma delas, que foi lançada ainda pela Continental, foi seu 1º sucesso: Tereza da Praia, cantada por Lucio Alves e Dick Farney, em parceria com Billy Blanco.
Incerteza foi um grande sucesso nas radios, assim como nas vendagens de discos.

A seguir Tom compôs outras músicas importantes.
Uma delas foi "Se Todos Fossem Iguais a Você", de 1956, na primeira parceria com Vinicius de Moraes.
A música era parte da peça "Orfeu da Conceição" apresentada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com cenografia de Oscar Niemeyer e que tinha no elenco 45 atores, todos negros.

A música original foi gravada por Roberto Paiva. Mas depois disso recebeu dezenas de regravações, como a de Maysa em 1957.

O início da Bossa Nova estaria definitivamente desenhado quando a cantora Elizeth Cardoso gravou um LP inteiro com músicas de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, em 1958, pelo pequeno selo Festa.
O selo na verdade não era exatamente musical, mas um selo que lançava declamações de poetas e crônicas.
Do selo fazia parte o vice-cônsul do Itamaraty, Vinicius de Moraes.
Foram prensados apenas 2.000 discos, apesar do apelo popular em adquirí-lo.

As faixas deste LP histórico de Elizete Cardoso, chamado "Canção do Amor Demais", introduziam pela primeira vez no meio musical carioca um violonista baiano desconhecido: João Gilberto, um dos pais da Bossa Nova, devido à batida de samba que fazia no violão.
Os arranjos e a produção eram de Tom Jobim.

Os arranjos de Tom Jobim, e o samba no violão tocado por João Gilberto, em especial na música "Chega de Saudade", seriam o ingrediente principal para dali em diante diferenciar a bossa nova do samba canção.

Faltava o ingrediente final: a voz!

Isso aconteceu em 1958 quando Tom levou João Gilberto para a Odeon, que gravou o primeiro LP do próprio violonista João Gilberto, mas então cantando. (foto acima)

A produção e os arranjos eram de Tom Jobim. Foi a primeira gravação de Bossa-Nova em todos os aspectos, quando foi lançado o 78 rotações da faixa "Chega de Saudade" de Tom e Vinícius em 1958.

Estava ali definitivamente registrado o primeiro LP considerado inteiramente de Bossa Nova, tanto nos arranjos, tanto no violão, quanto no estilo de voz suave e sem floreios.
O Lp completo foi lançado em 1959 sob o nome "Chega de Saudade".

O mesmo LP incluia 3 músicas de outro pai da bossa nova, Carlos Lyra com seu parceiro Ronaldo Bôscoli, mais duas faixas de Tom Jobim com seus parceiros Vinicius de Moraes e Newton Mendonça, duas músicas do próprio João Gilberto, dois sambas de Ary Barroso com Luis Peixoto transformados em bossa nova, uma de Dorival Caymmi, e um sambinha estilizado em Bossa Nova de Marino Pinto e Zé da Zilda.

A outra música de Tom Jobim neste LP, mas com letra de Newton Mendonça, transformou-se em um verdadeiro hino da bossa nova pela grande dissonância dos acordes extravagantes, e pela letra complexa cheia de substantivos jamais usados: "Desafinado".

CONTINUA: EM CONSTRUÇÃO - PARTE 2

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